Succubus Dreams
Quem não ama aquele livro que faz seu estomago virar do avesso? Ou aquele livro no qual vc xinga os personagens em voz alta, não se importando com os olhares inquisitivos lançados a vc do mundo real, ou melhor ainda, as lágrimas que escorrem por seu rosto sempre que vc encorpora o(a) personagem e consegue sentir cada fragmento de dor e felicidade, com a mesma intensidade narrada. É por isso que eu amo - e odeio - livros, pq eu me sinto viva. Eles fazem com que milhares de sensações - que eu sequer imaginei existir - surjam de algum lugar do meu corpo. Mas ao mesmo tempo, os odeio porque sempre que os terminamos, sentimos aquele vazio, aquela questão "E agora?", que se repete continuamente em nossas mentes.
Enfim, deixando a conversa fiada de lado. Vou postar um trecho do Succubus Dreams, o terceiro livro de uma série de quatro. São maravilhosos, até arrisco dizer que é uma das melhores séries que já li.
Comecei a ler o quarto hoje e acreditem ou nao, já estou na página 70. Assim que terminá-lo, posto uma review de todos os quatro aqui no blog. It's really worth reading it.
"Chame de vaidade ou egoísmo, mas era verdade. Eu era tão, tão linda. Mais linda do que Maddie. Mais linda do que qualquer outra mulher mortal. Olhando para meu deslumbrante reflexo, eu implorei que ela me dissesse que Seth iria me querer. Ele tinha que me querer. Como ele poderia não querer? Mas eu sabia que nem toda a beleza do mundo podia mascarar a dor em mim. E depois de mais alguns momentos, Seth percebeu também. Seu sorriso desapareceu.
"Como você descobriu?" ele perguntou.
Eu deixei cair o casaco que estava segurando. "Como você acha? Ela me contou. Ela mal podia esperar para me contar."
Ele suspirou e sentou no braço do meu sofá e olhou para o vazio.
"É só isso? Você não tem nada mais a dizer?" eu perguntei.
"Sinto muito. Deus, eu realmente sinto muito. Eu não queria que você descobrisse assim."
"Você planejava me contar algum dia?"
"Sim... é claro."
Sua voz era tão doce e tão gentil que momentaneamente neutralizou a raiva que queria explodir de mim. Eu olhei para ele, olhando firme naqueles olhos castanhos âmbar. "Ela disse... ela disse que você não bebeu, mas você bebeu, certo? Foi isso o que aconteceu?" Eu soava como se tivesse a idade de Kendall e suspeitava que estava com a suplicante expressão que Yasmine tinha dado a Jerome.
O rosto de Seth permaneceu inexpressivo. "Não, Tétis. Eu não estava bêbado. Eu nem mesmo bebi."
Eu me afundei na poltrona à sua frente. "Então... então... o que aconteceu?"
Levou um tempo para ele botar a história para fora. Eu pude ver as duas partes em conflito dentro dele: uma que queria ser aberta e outra que odiava me contar coisas que eu não gostaria de saber.
"Eu estava tão bravo depois do que aconteceu com a gente. Eu estava na verdade quase chamando aquele cara... qual o nome dele? Niphon. Eu não podia suportar – eu queria consertar as coisas entre nós. Mas antes que eu o procurasse, corri para Maddie. Eu estava tão... eu não sei. Só confuso. Transtornado. Ela me chamou para comer alguma coisa e antes que eu me desse conta, já tinha aceitado." Ele correu uma mão pelo seu cabelo, sua expressão neutra se tornando confusa e frustrada. "E estar com ela... ela era tão gentil. Doce. Fácil para conversar. E depois de deixar as coisas físicas de lado com você, eu estava meio que... um..."
"Excitado? Com tesão? Cheio de luxúria?"
Ele fez uma careta. "Algo assim. Mas, eu não sei. Era mais do isso."
A fita na minha mente rebobinou. "Você disse que ia ligar para o Niphon?"
"Sim. Nós tínhamos conversado no poker... e depois ele me ligou uma vez. Disse que se algum dia eu quisesse... ele poderia me fazer uma proposta. Eu achei que isso era loucura na hora, mas depois que eu deixei você naquela noite... eu não sei. Me fez pensar se talvez valia a pena viver a vida que eu queria e fazer isso para que você não tivesse que se preocupar tanto."
"Maddie aparecendo foi uma benção então," eu murmurei. Cristo. Seth tinha realmente considerado vender a sua alma. Eu realmente precisava dar um jeito em Niphon. Ele não tinha me ouvido quando disse para deixar o Seth em paz. Eu queria rasgar a garganta do diabo, mas minha vingança teria que esperar. Respirei fundo.
"Bem," eu disse a Seth. "Então é isso. Eu não posso dizer que eu gosto... mas, bem... acabou."
Ele inclinou sua cabeça curiosamente. "O que você quer dizer?"
"Isso. Essa coisa com a Maddie. Você finalmente teve uma aventura. Nós sempre concordamos que você poderia, certo? Quero dizer, não é justo que eu seja a única que consegue algo mais. Agora nós podemos seguir em frente."
Um longo silêncio recaiu sobre nós. Aubrey pulou ao me lado e esfregou sua cabeça no meu braço. Eu corri uma mão no seu pelo macio enquanto esperava pela resposta de Seth.
"Georgina," ele disse finalmente. "Você sabe... eu disse a você... bem. Eu não tenho realmente aventuras."
Minha mão congelou nas costas de Aubrey. "O que você está dizendo?"
"Eu... não tenho aventuras."
"Você está dizendo que quer começar alguma coisa com ela?"
Ele parecia miserável. "Eu não sei."
Não. Isso não estava acontecendo.
"O que isso significa para nós?" eu perguntei.
"Eu não sei."
A raiva voltou, e eu levantei de um pulo, para a grande irritação de Aubrey. "O que você sabe?" eu exigi. "Você sabe pelo menos porque fez isso?"
"Tem muitas coisas acontecendo..." ele disse. "Muitos fatores. Isso só aconteceu..."
Eu pus as minhas mãos na cintura e fui até ele. "Só aconteceu? Realmente só aconteceu? Porque eu não tenho tanta certeza."
Sua expressão transtornada se tornou cautelosa. "O que isso significa?"
"Eu acho que você está se vingando de mim por eu não ter cedido naquela noite. Eu deixei você furioso. Eu te machuquei. Então, você está tentando me machucar. Me ensinar uma lição."
"Eu – o quê? Você está louca? Você acha que eu faria uma coisa assim para te ensinar uma lição? Você acha que eu ia querer te machucar? Só porque você se recusou a fazer sexo?"
"Por que não?" eu perguntei. "Os caras sempre querem sexo de mim. Por que com você seria diferente?"
"Georgina," ele disse parecendo incrédulo. "Você não pode acreditar nisso. Sempre foi mais do que sexo. Você tem que saber disso. Eu disse isso a você várias vezes. Eu nunca te machucaria de propósito. E ainda..."
"E ainda o quê?"
Ele olhou para longe de mim e se focou no tapete. "Eu não sei se nós podemos continuar sem que eu te machuque."
"Bem, se você não dormir com minhas amigas-"
"E nem precisava ter sido isso. Há tantas coisas que poderiam acontecer. Eu poderia ser atingido por um carro amanhã ou pegar alguma doença. Se você algum dia ceder e dormir comigo, você vai se odiar para sempre. E se eu cedo e vendo a minha alma, isso vai te chatear também. De um jeito ou de outro, eu vou te machucar. É só uma questão de quando. Eu vi isso naquela noite na cozinha – eu vi o seu rosto quando você estava gritando comigo. Foi naquele momento que eu soube que tudo isso era verdade."
"Eu... eu estava chateada," eu disse a ele. "E, quero dizer... nós sabíamos que essa relação não seria fácil. Você estava de acordo com tudo isso no começo... o sexo e tudo mais..."
"As coisas mudam," ele disse sem rodeios. Ele me fitou nos olhos, e eu vi de novo as partes em conflito nele. "E lá atrás, eu pensei que era eu que iria me machucar, não você. Eu podia lidar com isso."
"Você está dizendo que eu não posso?"
"Eu estou dizendo que eu não quero descobrir. E honestamente, isso não é nem mesmo sobre sexo também. Nós temos problemas de comunicação, problemas de tempo... eu não sei. Inferno, nós temos problemas de morte. Eu não sei realmente se nós deveríamos continuar com isso."
Isso parecia com a morte de Joel de novo, com toda a energia sendo sugada para longe de mim.
"Como," eu exigi, "você pode falar sobre comunicação aberta e então despejar isso em mim agora? Se você estava sentindo tudo isso... você deveria ter falado antes, não agora como uma desculpa para terminarmos, usada de última hora."
"Não estou inteiramente certo sobre o que essa última parte quer dizer, mas não estou sendo falso. Eu tentei falar com você sobre isso. Eu tentei na noite em que você me massageou – você não queria ouvir." Seth respirou fundo. "Georgina... eu realmente falei sério. Eu não acho que nós deveríamos continuar mais juntos."
Eu fiquei de boca aberta. Não, isso não estava certo. Isso não estava certo mesmo. Eu tinha esperado uma briga grande, uma que nós, como sempre,acabaríamos superando. Eu tinha esperado ele me pedir perdão. Eu tinha esperado definir novos limites na relação. Eu tinha esperado eu ser aquela que ia estar na posição de decidir se nós íamos continuar com isso.
Eu não tinha planejado terminar suplicando.
"Não. Não. Seth... nós só temos que fazer isso funcionar. Olha, eu vou superar Maddie, ok? E se você quer dormir com outra mulher... quero dizer, está tudo bem. Eu sempre disse que você poderia. É só que é a primeira vez... bem, é um choque, isso é tudo. "Ele apenas continuou me observando em silêncio, e eu prossegui tagarelando mais e mais. "Mas nós podemos fazer isso funcionar. Sempre fazemos. Nós vamos encontrar um jeito. Você não pode simplesmente continuar e decidir algo assim sozinho. Somos dois nisso, você sabe."
"Sim," ele disse. "Eu sei. E eu sou um dos dois. E eu quero me separar."
"Não," eu disse descontrolada. "Você não quer. Isso é só algum estranho... eu não sei. Você não quer realmente isso."
O silêncio de Seth era mais enfurecedor do que se ele estivesse gritando comigo. Ele simplesmente continuou me observando, me deixando falar. Sua expressão tinha arrependimento – mas determinação também.
"Foi você quem me disse que nós poderíamos superar qualquer coisa," eu chorei. "Por que não isso?"
"Porque é tarde demais."
"Não pode ser. Se você fizer isso... foi tudo em vão... Você vai ter me machucado do mesmo jeito. A mim e a Maddie."
"É uma pequena mágoa comparada ao que poderia realmente acontecer," ele disse. "E quanto a Maddie... eu não planejo machucá-la. Eu... eu gosto dela."
"Mas você me ama."
"Sim, eu amo. E provavelmente sempre vou amar. Mas talvez isso não seja o suficiente. Eu tenho que seguir em frente. Nós não podemos fazer isso. Eu acho que talvez... eu não sei. Eu acho que alguma coisa boa poderia acontecer comigo e Maddie. Em alguns aspectos, ela é como você, só que-"
Seth começou a divagar, como ele costumava fazer quando ficava muito nervoso. Ele mordeu seu lábio como se ele pudesse trazer as palavras de volta, e desviou o olhar.
"Só que o quê?" eu perguntei. Eu mal podia ouvir minha própria voz.
Ele voltou o seu olhar para mim, firme e inabalável. "Só que... mais humana."
E foi isso. Toda a raiva e tristeza desapareceram. Não havia nada em mim. Nada mesmo. Eu estava vazia.
"Saia daqui," eu disse.
Ele empalideceu. Alguma coisa na minha voz e expressão deve ter disso verdadeiramente apavorante.
Timidamente, ele estendeu a mão.
"Eu nunca quis te machucar. Tétis, me desculp-"
"Nunca mais me chame disso de novo," eu disse a ele, me afastando. Eu não sabia como essas palavras estavam saindo da minha boca. Era como se alguém estivesse me controlando.
"Vá embora. Agora."
Ele abriu sua boca, e eu pensei que tudo se resolveria se ele apenas mostrasse algum remorso. No final, não adiantou.
Ele foi embora.
Trecho do livro Succubus Dreams - Richelle Mead
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