O amor
Hoje é aniversário da minha irmã, e acho que este ano ela acabou esquecendo o quanto ela detestava o dia 04 de fevereiro. O namorado dela conseguiu transformar um dia de trevas em um dia de risadas, alegria e pura felicidade pra ela.
Ele veio em nossa casa na parte da manhã, pra deixar quase que um caminhão de presentes. A ansiedade dele era passada por mim pelo olhar, o sorriso nervoso esculpido em sua face enquanto ele depositava cada uma das sacolinhas coloridas em cima da cama dela.
Algumas horas depois, ele volta com ela, e em suas mãos ela segurava flores e uma foto montagem feita por ele, com fotos tiradas desde o início do relacionamento. Eu permaneci encostada na porta, observando a carinha feliz dela, a alegria dela inundado a todos.
Após o almoço, sentamos no sofá e eis que ela decide ir ao quarto, e segundos depois...ouvimos o grito "Acho que entrei no quarto errado". Sou a primeira a me pôr de pé, já sorrindo, pois não precisaria estar olhando para ela para saber o quão surpresa e feliz ela estava. Desço as escadas e a encontro olhando para porta, esperando exatamente por mim, seus olhos vermelhos, as lágrimas escorrendo por sua face, sem dizermos nada, nos abraçamos, eu e ela somos assim, nos comunicamos pelo olhar. Eu sabia que naquele momento, o martírio do dia quatro de fevereiro partira. Em seguida, chamei por meu cunhado, que desceu as pressas, evidenciando a minha teoria da ansiedade. E eu sentada na cama, apenas os observei, o abraço apertado, os sussurros no ouvido, o obrigado silencioso.
Todos sabemos o quanto dói gostar de alguém, tem aqueles momentos em que vc deseja nunca ter amado, aqueles momentos em que a dor sobrepõe-se a felicidade, quantas vezes somos destruído por aquela sensação de termos o coração dilacerado? Quantas vezes vamos dormir com o peito apertado, esperando o toque de telefone que nunca mais há de tocar.
Mas amar também tem seu lado mar de rosas, que nos completa com um sentimento que sequer conseguimos pôr em palavras. As trocas de carinho, os olhares que falam mais do que mil palavras, a alegria que nos consome ao ouvir a voz da pessoa, a ansiedade que cresce com o passar da semana ao esperar pelo dia em que irá vê-la, a falta de palavras ao ser surpreendido, o suspiro ao sentir o cheiro da pessoa impregnado em vc.
Eu sempre fui extremamente independente, sempre soube viver sozinha, sem necessariamente depender de alguém ao meu lado. Mas hoje eu admito - sem filtros e sem medo - que senti falta de estar perdidamente apaixonada.
"Ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez..."
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