Cartinha pro Papai Noel
Todos que me conhecem sabem o quanto eu detesto Natal e Fim de ano e sim, eu reclamo praticamente o tempo todo a respeito das datas e tambĂ©m fico insuportável, diga-se de passagem, sempre que sou "obrigada" a ouvir mĂşsicas de Natal ou coisas do gĂŞnero. Todo esse "Ăłdio" nĂŁo tem um motivo especĂfico, sĂŁo apenas datas tristes e que, se eu pudesse, deletaria dos calendários. Acho que pra mim, elas tem um efeito contrário, enquanto a maioria das pessoas festejam, enchem a cara e etc, eu me recolho, reflito sobre o ano, e a melancolia acaba tomando conta de mim. É inevitável.
Mas, esse ano eu pensei que ao invés de ficar reclamando nonstop, eu poderia fazer algo de útil e foi então que decidi ajudar crianças carentes. Afinal, nada como um tapa na cara pra que a gente pare de reclamar de bobagens e dê um pouco mais de valor às coisas que temos. Mas a pergunta que não queria calar era: ajudar como? Um monte de idéias passaram pela minha cabeça, o que não me falta é criatividade, o problema é conseguir colocar tudo em prática. Mas então, como se o universo tentasse chamar a minha atenção, comecei a ver centenas de pessoas falarem sobre cartinhas de crianças carentes nos correios e foi o que escolhi fazer. Porém, Dezembro tem sido um mês pra lá de corrido e por isso, só hoje eu consegui parar e ir até o correio escolher alguma(s) carta(s).
Fui acompanhada da minha mĂŁe, que logo de inĂcio já me irritou profundamente por insitir em dizer que eu deveria andar com o vidro do carro fechado em um calor de 33Âş porque em todos os farĂłis, ela acreditava piamente que os motoqueiros eram assaltantes, coisa de gente bitolada que assiste jornal o dia inteiro. Mas enfim, de volta ao tĂłpico, chegamos lá e demos de cara com um monte de caixas gigantescas que faziam parte da campanha "Carta pro Papai Noel", e foi legal saber que há muito mais gente ajudando do que eu imaginava. Fui atĂ© o balcĂŁo e o rapaz com a aparĂŞncia de alguĂ©m que nĂŁo dormia há uns 5 dias, me entregou uma caixa com pelo menos umas 100 cartas dentro. Sentei numa das cadeiras e comecei a ler uma por uma. Haviam todos os tipos de cartas possĂveis, desde as "Quero um jogo de cozinha pra minha mĂŁe" ou "Quero uma bicicleta, um NOTBOCK e um xbox" (os erros de portuguĂŞs eram absurdos) atĂ© as mais simples e emocionantes como "Queria sĂł uma roupa e uma sandália pra passar a noite de Natal". E algumas das cartinhas tinham vários desenhos, uma fofura.
Mas, como meu salário de professora nĂŁo me permite dar biciletas, NOTBOCKS e video-games, eu resolvi seguir a linha da "emoção" e no fim, saĂmos de lá com 6 cartinhas e com a intenção nĂŁo sĂł de dar as roupas que eles pediram, mas tambĂ©m algum brinquedo que eles provavelmente gostarĂŁo como crianças.
Voltando dos correios, já parei em alguns lugares pra comprar pelo menos uma coisa ou outra, afinal, o Natal já está batendo na porta. Só fico triste pois, infelizmente não poderei ver a reação das criancinhas ao receberem os presentes, certamente não há nada mais gratificante do que vê-las sorrindo ao abrirem o embrulho e darem de cara com o que pediram - ou até mais.
E quem sabe essas crianças que tiveram a sorte de serem escolhidas, não tenham também um pouco mais de esperança na vida e consigam batalhar pra serem grandes pessoas no futuro.
E essa foi minha lição do mês e a meta pra 2012 definitivamente é: reclamar menos, fazer mais :)
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