Dear Diary
Hoje eu acordei sentindo um peso no meu corpo. Um peso mental, que se estendia por meus membros, músculos, sangue. Sabe quando vc está totalmente desperto mas resolve ficar deitado ali, assistindo aos filmes em sua cabeça? Repensei alguns fatos do mês, que consequentemente me fizeram lembrar o restante do ano.
Eu sinceramente detesto quando nos aproximamos do fim do ano, eu sempre me sinto inundada por uma onda de melancolia, como se tudo a minha volta fosse triste. E aparentemente sou uma das poucas a sentir isso, vendo que todos se empolgam as vesperas das festas de Natal e Reveillon.
Depois do meu momento nostalgico, resolvi levantar e dar Ãnicio aos meus afazeres...afinal, não podemos viver em pausa por muito tempo, embora eu tivesse desejado muito por isso hoje, pois parte de mim sabia que alguns episódios do dia seriam no mÃnimo um teste de paciência.
Enrolei o máximo que pude em casa, vi meu twitter centenas de vezes. Me forcei a escrever algumas linhas do meu livro, mas obviamente, fora em vão, porque minha mente não conseguia se desvincular de um pensamento mais irritante. Finalmente desisti de protelar e fui embora pro trabalho.
Passei boa parte do tempo muda, desejando pela primeira vez me enxergar como um leão e não como um gato, quem sabe assim, eu finalmente tomaria as rédeas da minha vida.
Todos os meus alunos estavam presentes hoje, o que ajudou em parte. Mas passei o dia em transe, eu ouvia os comentários distantes, direcionados a mim e eu os respondia vagamente sem sequer saber do que eu falava, ou então, em alguns surtos momentaneos...um palavrão escapava. Eu sofri, talvez ninguém realmente saiba o quão intensa era a minha "masturbação mental", mas eu deveria ter me poupado, pra que sofrer de vespera? E por algo tão...pequeno?
A hora se aproximava e com ela, minha ansiedade se intensificava, deveria eu esquecer toda a educação que meus queridos pais me deram? A resposta dentro de mim era um sim sem delongas. Mas eu nunca conseguiria.
Foi então que, quando a hora finalmente chegou, eu fora supreendida com nada mais do que sua ausência. Eu mal podia acreditar, é impossÃvel descrever minha reação na hora, eu fora tomada por uma enxurrada de alegria imensurável, tão forte que eu não conseguia controlar o riso, abracei um monte de gente em comemoração, e olha que, um abraço vindo de mim é muito...muito raro.
E agora estou aqui, me sentindo livre, não sei por quanto tempo. Mas quem sabe toda essa novela mexicana esteja beirando o fim.
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