Medos

By 3:30 PM

Eu sou uma pessoa irritantemente medrosa. Eu tenho medo de tudo, desde coisas clichês até as mais improváveis.

Eu morro de medo de baratas, e sempre que uma cruza meu caminho, é uma gritaria sem fim. O mais engraçado é que elas parecem sentir o cheiro de medo no ar e por conta disso, resolvem voar em mim, pousar na minha perna, pescoço, costas. E não, matá-las é fora de cogitação. É uma lastima.

Outro medo que hoje em dia não é tão intenso, é de tempestades e ventanias. Minha família tem uma casa na praia e quando pequena, passava a maior parte de minhas férias por lá, e como todos sabem, praia é um lugar propício pra ventos fortes e chuvas horrendas. Eu sofria noite afora, não conseguia dormir, chorava de soluçar e sentia que ia infartar sempre que via as árvores se moverem com um pouco mais de ferocidade. Houveram vezes em que meu pai dormiu ao meu lado, com uma das mãos cobrindo meu ouvido, na esperança de que eu não surtasse tanto. Houve uma outra ocasião em que resolvi sair para o trabalho em meio a uma forte tempestade. Estava eu no meio de uma via expressa quando começou a chover granizo. Comecei a chorar descontroladamente, parei o carro no acostamento e tentei ligar pra minha mãe, eu sequer conseguia discar o número, de tanto que tremia. Dirigir então, era fora de cogitação, eu já não tinha mais controle sobre minhas pernas. E o pior de tudo é que o carro era novinho, só com 2 semanas de vida já encarou uma tempestade de granizo. Quase nada azarada.

Outro medo e esse me persegue até hoje, é de espíritos. Não sei dizer se acredito neles ou não, mas meu medo fora alimentado por filmes e histórias assombrosas que ouço desde minha infância e que sempre me visitam quando aquele medinho surge durante a noite. Recentemente, eu estava dormindo e meu cachorro fazia o mesmo no pé da cama. No meio da noite, acordei com ele rosnando para a porta, ele estava ouriçado, como se alguém estivesse diante dele. Imediatamente eu comecei a soar frio, mas permaneci ali imóvel, observando àquela cena esquisita. Depois de alguns minutos rosnando e latindo, ele mudou seu alvo e passou a latir para uma cadeira de rodinhas ao lado da porta, nesse momento, eu já tremia e sentia que meu coração ia sair pela boca. E foi quando ele deu um pulo e recuou - como os cachorros normalmente fazem quando um estranho arrisca uma aproximaçã0 - que eu saltei da cama e corri para o quarto dos meus pais que fica ao lado do meu. Acendi a luz e pensei em acordá-los, mas o que eu iria dizer? "Mãe, acho que tem um espírito no meu quarto", de certo que ela iria encher a boca e me mandar pra puta que o pariu. Então voltei para o meu quarto, aumentei o volume da TV e fiquei encolhida no canto da parede, abraçando o travesseiro. Meu cachorro não latia mais e já havia dormido. Me lembro que só fui consegui pegar no sono outra vez, depois das 6 da manhã, quando já estava claro. Freaky, huh?

Mais um medo e esse provavelmente está ligado ao anterior, é de escuro. Eu entro em pânico se estou em lugares escuros sozinha. Eu sempre durmo com a TV ligada e em uma noite, a luz oscilou e acordei com o apito do telefone sem fio. A luz oscilou novamente e então, acabou de vez. Meu coração começou a tamborilar em meu peito e rapidamente peguei o notebook que estava em uma mesinha ao lado da minha cama e o liguei, mas a bateria está estragada e dificilmente dura mais do que 30 minutos. E eu fiquei ali deitada, olhando o ícone da bateria diminuindo com rapidez, pensando no que eu iria fazer quando finalmente acabasse. Mas, pra minha felicidade a luz voltou e então voltei a dormir tranquilamente.

E pra encerrar o post, o soberano dos medos. Eu morro de medo de papo de fim de mundo. Quer me fazer ter um surto e cair dura no chão? Aborde esse assunto comigo. Uma vez quando pequena, eu estava deitada em minha cama, "assistindo" ao jornal da Globo, aquele que passa por volta da meia noite. E uma das notícias era sobre um Holandês que se dizia profeta e afirmou que o mundo acabaria em Agosto daquele ano, se não me falha a memória, estavamos em Junho ou Julho. Eu caí em prantos. Minha mãe, ao me ouvir chorando, correu para o meu quarto para ver se estava tudo bem, e eu comecei a gritar que não queria morrer, que eu era muito nova, que o mundo não podia acabar. Como toda a mãe, ela respirou fundo e ficou tentando me acalmar com aquelas histórias bobas que crianças adoram. Lembro que fiquei angustiada até o mês de Agosto acabar, foi tenebroso. E podem ter certeza passarei o ano de 2012 internada em algum manicômio de São Paulo.

Há centenas de outros medos que já passaram por minha vida, mas se fosse escrever sobre cada um deles, esse post não teria fim.
No fim, todos os medos se tornam um pouco cômicos, pois eles de certa forma trazem à tona lembranças de situações inusitadas, as quais vc não acredita que vivenciou.

E seus medos, quais são? :)

Baci.

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