Snarl like a dog
Eu sempre me questino sobre meu mau humor, mas tudo que vejo é um branco, já que a vida real não é como um filme em que as respostas batem a sua porta.
Mas há sempre o lado bom na história. Na maioria das vezes eu me corrôo em silêncio, evitando rosnar pra quem não tem culpa, mas infelizmente, em alguns momentos, as pessoas parecem não entender que é sábio manter distancia de quem está a beira de um ataque de fúria. Algumas pessoas com quem convivo de certo não tem ciência disso, fazendo com que eu exploda a linha tênue que existe entre controle e surto.
Vamos a um exemplo, sou professora de inglês e na maior parte da semana, dou mais aulas do que gostaria, enquanto o restante dos "instrutores" se deleitam com o sofá da sala dos professores por duas, três, as vezes até cinco horas seguidas. Por conta disso, as vezes chego em casa bufando, batendo a porta impiedosamente, não me importando com os suspiros desaprovados vindos de meu pai. Sigo direto ao meu quarto pra trocar de roupa, o ato acontece quase que em um piscar de olhos, tamanha a violencia com a qual eu arranco os jeans pretos e a baby-look desbotada. E claro que, tudo isso acontece sem que eu dirija qualquer palavra a meus pais ou irmã.
Então, vou a cozinha, abro o armário e fico a olhar as variadas embalagens de todos os estilos de junk-food que uma casa poderia ter, sempre tenho o hábito de "fazer uma boquinha" quando chego em casa do trabalho, não por fome, apenas por gula - meu pecado capital favorito. Não há nada melhor do que estimular a serotonina com uma enorme barra de chocolate branco. Por fim, vou para o meu quarto e sento no computador - minha valvula de escape - e deixo minha mente divagar enquanto ouço a um dos rocks que tanto adoro ou me perco na história do meu livro. Mas é ai, que minha mãe sempre surge na porta, quase que num ritual diário, e eu sei que ela consegue farejar meu mau humor a kilometros de distância, apenas pela diferença com a qual meus pés tocam o chão. Ela me fita com um olhar desafiador, como se ela soubesse que a bomba está na contagem regressiva pra explodir, porém, ao invés de me deixar em paz, ela me provoca. Ela murmura algo que meus ouvidos bloqueiam - geralmente quando estou em estado de semi-erupção vulcanica, eu me foco em bloquear tudo a minha volta e me prender em algo que me distraia. Mas com sua perseverança inacabável, ela continua a testar cada pinguinho da minha paciência, que obviamente evapora a cada segundo. E é então, para a surpresa dela - e minha também - que meu grito ecoa pelo quarto, escadas, condomínio e universo. Palavras afiadas escapam de meus lábios sem que eu possa filtrá-las, e atacam aquela que me deu a luz e me criou, ela se limita em apenas me encarar, muda e atônita. Com lágrimas nos olhos ela se vira e desaparece escada abaixo. Uma rápida sensação de relaxamento transcorre meu corpo, mas logo é substituida por uma onda de arrependimento, e num lampejo de consciência, percebo a bobagem que fiz.
Mas enfim, mudando de assunto. Acabei de ler todos os 3 livros que comprei semana passada, milagrosamente demorei pouco mais do que o normal para lê-los, embora ainda o tenha feito irritantemente rapido. Nem preciso dizer que aguardarei ansiosamente pelo lançamento da continuação e essa é definitivamente a parte que menos gosto, ter que esperar.
E odeio admitir que esses livros acabam comigo, é difícil encarar a vida real após passar horas e horas com Edward, Dimitri, Bones, Damon, Stefan... *suspiro*
Farewell readers
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