Mulher de fases

By 10:46 AM

Eu ando em uma fase meio intolerante. Sabe quando vc simplesmente não tem saco pra um monte de coisas que normalmente passam despercebidas? Pois é. Eu não sei se isso é só um mecanismo de defesa que tenta inconscientemente me proteger de possíveis engavetamentos psicológicos, mas independente do que seja, está desperto, faminto e incontrolável.

Desde que me conheço por gente, sempre fui um tanto quanto pavio curto, mas ultimamente tudo se elevou a potência 1000. O trânsito, as pessoas, o trabalho. Tudo tem me irritado igualmente, a tal ponto que me faz querer produzir bombas nucleares e distribuí-las aleatoriamente por aí. E claro que esse tipo de sensação não é boa, pois nos deixam vulneráveis a milhares de energias ruins que nos rodeiam diariamente. Há uma linha tênue entre a loucura e a razão e se ver transitando entre ambos os polos não é saudável, tampouco prazeroso.

Eu sei que fases vêm e vão, algumas duram mais, outras menos, mas qualquer ser humano, ao se ver diante de situações enigmáticas, tem ânsia por resolver de uma vez o quebra-cabeça e partir para a segunda fase do jogo. Ninguém gosta de viver em meio a uma neblina cegante que te impede de enxergar o que há pela frente. Talvez meu mal tenha sido sempre esse, a sede por imediatismo. Quem sabe se algum dia eu entender que há dias e dias, toda a neblina se dissipe e consequentemente torne o restante infinitamente mais fácil.

Pra ilustrar melhor o que estou querendo dizer, se imagine jogando video-game. Vc chega naquela fase super difícil, morre oitocentas vezes e continua ali tentando, convicto da idéia de que em algum momento vc descobrirá algum macete que o auxiliará a passar por aquele trecho impossivel, mas durante o processo, vc se vê arremessando o controle centenas de vezes, desistindo, tentando de novo e por aí vai, até que vc finalmente consegue ou então desiste e resolve explorar um jogo totalmente novo e diferente, sem pensar que também haverão fases difíceis. Ou vc aprende a jogar e fecha o jogo ou vc passa o resto da vida procurando saídas mais fáceis, que na realidade não existem.

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