Mulher de fases
Eu ando em uma fase meio intolerante. Sabe quando vc simplesmente não tem saco pra um monte de coisas que normalmente passam despercebidas? Pois é. Eu não sei se isso é só um mecanismo de defesa que tenta inconscientemente me proteger de possíveis engavetamentos psicológicos, mas independente do que seja, está desperto, faminto e incontrolável.
Desde que me conheço por gente, sempre fui um tanto quanto pavio curto, mas ultimamente tudo se elevou a potência 1000. O trânsito, as pessoas, o trabalho. Tudo tem me irritado igualmente, a tal ponto que me faz querer produzir bombas nucleares e distribuí-las aleatoriamente por aí. E claro que esse tipo de sensação não é boa, pois nos deixam vulneráveis a milhares de energias ruins que nos rodeiam diariamente. Há uma linha tênue entre a loucura e a razão e se ver transitando entre ambos os polos não é saudável, tampouco prazeroso.
Eu sei que fases vêm e vão, algumas duram mais, outras menos, mas qualquer ser humano, ao se ver diante de situações enigmáticas, tem ânsia por resolver de uma vez o quebra-cabeça e partir para a segunda fase do jogo. Ninguém gosta de viver em meio a uma neblina cegante que te impede de enxergar o que há pela frente. Talvez meu mal tenha sido sempre esse, a sede por imediatismo. Quem sabe se algum dia eu entender que há dias e dias, toda a neblina se dissipe e consequentemente torne o restante infinitamente mais fácil.
Pra ilustrar melhor o que estou querendo dizer, se imagine jogando video-game. Vc chega naquela fase super difícil, morre oitocentas vezes e continua ali tentando, convicto da idéia de que em algum momento vc descobrirá algum macete que o auxiliará a passar por aquele trecho impossivel, mas durante o processo, vc se vê arremessando o controle centenas de vezes, desistindo, tentando de novo e por aí vai, até que vc finalmente consegue ou então desiste e resolve explorar um jogo totalmente novo e diferente, sem pensar que também haverão fases difíceis. Ou vc aprende a jogar e fecha o jogo ou vc passa o resto da vida procurando saídas mais fáceis, que na realidade não existem.
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