Lover Awakened
Hoje acordei pensando em um livro que li há alguns meses atrás. Era mais um livro sobre vampiros - claro - da escritora JR Ward. É o "Lover Awakened", o terceiro de uma série de 8.
A série retrata a história de seis vampiros guerreiros que vivem juntos e tentam proteger sua raça contra alguns seres "malignos" que os querem destruídos. Cada livro da série, é dedicado a um dos vampiros, e apesar de todos serem imbatíveis e destemidos, internamente eles sofrem problemas comuns dos humanos, crises existenciais, auto-afirmação e por aí vai. Em cada livro é exposto esse problema afim de que ele seja solucionado.
O terceiro livro é o meu favorito simplesmente porque ele retrata algo que todos temos e pelo qual somos dominamos na maioria das vezes: O trauma.
Lover Awakened, é uma história sobre Zsadist e Bella. Zsadist foi tirado de sua família quando bebê e vendido como um escravo. Ele tornou-se escravo sexual de uma mulher terrível que o usou por um século em atos abusivos e anormais, de tal forma que Zsadist era famosamente rotulado de “arruinado, não quebrado”. Bella é uma vampira aristocrata que foi capturada por um ser do mal que se apaixonou por ela. Bella aprende, em seu cativeiro em um buraco que ela pode exercer um certo controle sobre o “monstro” ao agir de forma emocionalmente cruel. Bella se sente morrer ao tornar-se uma pessoa que ela despreza.
Zsadist se comoveu com Bella e pretende encontrá-la, embora a maioria do mundo dos vampiros acredite que ela esteja morta. Até mesmo Zsadist reconhece que ela deve estar morta, mas de alguma forma ele é forçado a encontrá-la. Uma série de eventos resultam na libertação de Bella e então inicia a sede de Zsadist por vingança.
Enquanto Bella se recupera, ela se sente segura apenas ao redor de Zsadist, mas ele acredita estar arruinado, emocionalmente e fisicamente. Ele bebeu o sangue de seu carrasco e acredita estar corrompido e sujo tanto externa quanto internamente. Há algumas cenas trágicas descrevendo o estado emocional de Zsadist. Eu imaginei que essas cenas seriam difíceis de ler para alguém que sofreu abusos similares quando criança.
Para complicar a situação, Phury (irmão gêmeo de Z) também se sente atraído por Bella, a primeira mulher em séculos que o fez desejar abrir mão de seu voto de celibato. O desejo de Phury por Bella trava uma batalha com seu desejo de ver o irmão Zsadist feliz. Enquanto eu queria que Bella e Zsadist ficassem juntos, eu sentia pena de Phury.
Bella era mais forte do que Mary (personagem de outra série do livro) e também mais interessante. Ela sofreu muito nas mãos do “monstro” mas ainda assim ela conseguiu se recuperar e também ser corajosa para amar Zsadist, para tentar curá-lo. Ela era obviamente a mais forte dos dois e arriscou-se mesmo sabendo que Zsadist poderia ser uma causa perdida.
Essa história me fez pensar o quanto um trauma pode nos sugar para um abismo. Às vezes, o trauma não chega a ser tão grave quanto o da história do livro, mas independente da intensidade, eles sempre exercem um poder quase que total sobre nós. Algumas pessoas conseguem superá-los ou ao menos aprendem a controlá-los, já outras são amaldiçoadas a viverem o resto da vida com "aquilo", que vive ali adormecido por anos e então desperta faminto e mais feróz do que nunca. No livro, o trauma é superado. O arruinado Zsadist enxerga a felicidade e a abraça. Podemos nós na vida real fazermos o mesmo?
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